Os dentes do tubarão
São registrados de 75 a 100 ataques de tubarão todos os anos e, destes, menos de 20 são fatais. Estatisticamente, esse número é muito baixo. |
Muitas espécies de tubarão, como o tubarão-duende e o tigre-da-areia, possuem dentes longos e finos. Essa estrutura é bem adequada para caçar pequenos peixes. O tubarão mata o peixe imediatamente com uma única mordida. Em seguida, engole o peixe inteiro.
Os tubarões que caçam presas maiores precisam de uma estratégia diferente e também de dentes diferentes. Eles mordem suas presas várias vezes, mordendo grandes pedaços de carne. Os tubarões deste grupo, que inclui o famoso tubarão-branco, possuem dentes bastante serrados. Esses dentes atuam como uma faca de caça e cortam facilmente carne e ossos. Muitos tubarões possuem combinações de dentes longos e afiados com dentes serrados para que possam manter a presa no lugar certo enquanto a cortam.
Foto cedida Carl Roessler Um tubarão-branco de 4 metros e meio: os grandes tubarões-brancos atacam suas presas com sua boca cheia de dentes triangulares serrados. |
Os tubarões possuem uma estrutura de mandíbula bastante peculiar, o que faz de suas bocas armas especialmente eficazes. Na maioria dos animais, a mandíbula inferior move-se livremente, mas a superior é presa ao crânio. Nos tubarões, a mandíbula superior fica abaixo do crânio, mas pode ser solta quando o tubarão ataca sua presa. Isso permite que o tubarão empurre toda a mandíbula para frente para pegar a presa. A mobilidade da mandíbula varia entre espécies diferentes, mas todos os tubarões modernos possuem essa habilidade em algum grau.
Sentidos básicos dos tubarões
Um dos principais motivos pelos quais os tubarões são ótimos predadores é o fato de possuirem sentidos apurados. Inicialmente, os cientistas pensavam nos tubarões como enormes narizes que nadavam. Quando os pesquisadores tamparam as aberturas nasais de tubarões cativos, eles tiveram problemas para localizar suas presas. Isto parecia demonstrar que os outros sentidos do tubarão não eram tão desenvolvidos quanto o olfato. Pesquisas posteriores demonstraram que os tubarões têm, na verdade, vários sentidos aguçados, mas dependem de todos eles funcionando em conjunto. Quando um deles é tirado, a habilidade dos tubarões para caçar fica significativamente prejudicada.Foto cedida Carl Roessler O tubarão-azul é caracterizado não apenas por sua cor peculiar, mas também por seu longo focinho. Os tubarões-azuis já foram as espécies mais comuns de tubarão, mas agora estão ameaçados de extinção devido à pesca predatória. |
Outra coisa impressionante sobre o olfato dos tubarões é o fato de ser direcional. As duas cavidades nasais atuam como seus dois ouvidos: odores que vêm da esquerda do tubarão chegam à cavidade esquerda antes de chegar à direita. Desta forma, o tubarão pode identificar de onde vem o odor e ir direto a ele.
Os tubarões também têm a audição muito apurada. Pesquisas relatam que eles podem ouvir sons quase imperceptíveis que estão abaixo da capacidade humana. Os tubarões podem rastrear sons a quilômetros de distância, especialmente sons da aflição de presas feridas.
A visão varia de espécie para espécie. Alguns tubarões menos ativos que ficam perto da superfície não possuem a visão muito apurada, já os que ficam no fundo do oceano possuem olhos muito grandes que os permitem enxergar na escuridão. A maioria dos tubarões, no entanto, possui o campo de visão bastante amplo, já que os olhos são posicionados nas laterais da cabeça. Um grande exemplo é o tubarão cabeça-de-martelo, cujos olhos projetam-se para fora da cabeça.
Foto cedida Carl Roessler Os tubarões-martelo caracterizam-se pela grande estrutura de sua cabeça. Os olhos e as narinas dos tubarões estão posicionados no final dessas proeminências. |
Além desses sentidos, os tubarões também possuem alguns outros que não compreendemos completamente. Na próxima seção, veremos esses sentidos para entender como funcionam e como ajudam os tubarões.
Outros sentidos dos tubarões
Na última seção, vimos que os tubarões possuem a audição e o olfato mais apurados que os humanos. Eles também usam um sentido que nós não possuímos. Os ampulários de Lorenzini conferem ao tubarão o sentido elétrico. Os ampulários consistem em pequenas dobras de células receptoras sensíveis à eletricidade, posicionadas sob a pele da cabeça do tubarão. Estas células são conectadas a poros na superfície da pele através de pequenos tubos preenchidos com uma espécie de geléia. Os cientistas ainda não compreendem tudo sobre esses órgãos ampulários, mas sabem que os sensores permitem que os tubarões sintam a presença dos pequenos campos elétricos gerados por organismos vivos. O alcance do sentido elétrico parece ser bastante limitado (alguns metros à frente do nariz do tubarão), mas isso é o suficiente para caçar peixes e outras presas no oceano.A água flui pelos sistemas lineares laterais. As vibrações da água estimulam as células sensoriais no tubo principal, alertando o tubarão sobre a presença de presas e predadores. |
Isolados, nenhum dos órgãos sensoriais do tubarão seria adequado para a caça. Mas a combinação de todos esses sentidos fazem do tubarão um predador incomparável. O sucesso dos tubarões deve-se, em grande parte, a esses avanços fisiológicos: eles são feitos para encontrar comida. Eles também são muito bons em pegar comida, como veremos na próxima seção. Saiba mais no site: ( http://ciencia.hsw.uol.com.br/tubaroes4.htm )
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