O continente americano pode ser compreendido como um local marcado por
duas histórias. A primeira delas, ainda pouco explorada, remete à
compreensão da trajetória dos povos que habitaram e formaram as diversas
civilizações e constituíram as primeiras civilizações no continente. A
segunda, tardia e ao mesmo tempo majoritária, fala de um local
descoberto pelo espírito empreendedor dos europeus que “descobriram” as
terras americanas no final do século XV.
A partir desse momento de encontro e conflito entre culturas – que ao
longo do tempo envolveu europeus, índios e africanos – a identidade do
continente americano tornou-se uma grande resposta sem conclusão. Vários
projetos e movimentos intelectuais tentaram redigir uma proposta final
capaz de trazer um espírito de comunhão ao tão extenso continente. Entre
a europeização, o nativismo e a mestiçagem, os debates ainda tentam
refletir a condição do americano e sua história.
O chamado “passado colonial” parece justificar diversas questões do
presente. A subordinação socioeconômica, a miséria, a violência e a
corrupção são traços de uma perspectiva que traz a subordinação como
condição constante nas diversas questões que envolvem o povo americano.
No entanto, outros historiadores e filósofos procuram superar esse
passado construído a partir de um olhar um pouco mais sensível à forma
que conseguimos responder as nossas experiências e desafios.
Recentes pesquisas apontam o continente americano enquanto um espaço
culturalmente híbrido. Em certa medida, formamos um caráter próprio de
nossos hábitos e instituições. Sem amenizar os problemas enfrentados,
essa nova corrente de compreensão histórica abandona a ideia sobre a
presença de um “passado colonial” para pensar que o continente americano
possui problemas e soluções elaborados de forma autônoma. Dessa forma, a
América é um local único que não encerra sua dinâmica histórica na
imitação do europeu civilizado ou na pureza do nativo libertado.( Fonte: http://www.brasilescola.com/historia-da-america/ )
Por Rainer Sousa
Graduado em História
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